Em Memória dos Heróis da Revolução Constitucionalista de 1932

sábado, 7 de maio de 2011

A PEDRA DO GÊNESIS

A capa do álbum “A Pedra do Gênesis”, de 1988, comporta uma narrativa com início, meio e fim. Dado que os ícones que a compõe interagem organicamente entre si.
E começa pela imagem de Raul Seixas. Que aparece em uma foto em sépia, da década de 1970. Com um manto estrelado. Uma peça que o caracteriza como um mestre. Como alguém apto a entrar no “Absoluto” – o “Sanctum Sanctorum Celestial”. Ou concluir a primeira etapa de uma jornada rumo à Divindade. Um trajeto que é vulgarmente chamado de “existência”. E é dividido em quatro partes. Cada qual composta por trinta e dois caminhos.
Doravante, Dion Fortune disse que embora não se possa conhecer a natureza Divina, em função dessa distância, se tem ciência de seus feitos em decorrência de se estar dentro do seu campo de influência – ou seja: todo o universo.
Ademais, o processo evolutivo é calculado por meio de um período definido como “tempo cósmico”. Cuja contagem é esclarecida por Moisés no Salmo 9:4: "Porque mil anos, diante de Vós, são como o dia de ontem, que já passou”.
Logo, o manto estrelado equivale a um desenvolvimento estimado em trezentos mil anos Divinos.
Sendo que, por meio deste anacronismo com o tempo terreno, se cunhou dizer que uma pessoa que gera um avanço tecnológico à humanidade está à frente de seu tempo. Quando, na verdade, tal indivíduo apenas sincroniza os planos astral e material.
Enfim, o “Absoluto” é onde se encontra a fronteira entre os planos. Um campo em que há o “nada” ou a “negatividade”. Não no aspecto pejorativo. Porém, no sentido de que é desconhecido a ponto de ser indecifrável. Apenas se sabendo que é através dele que a Divindade se manifesta. Utilizando uma frequência vibratória que se venturou chamar de “Verbo”. E faz toda uma “gramática cósmica” atuar por intermédio do que se entende como “vida”. Como consta em João 1:1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus”.
Na capa do álbum também há o nome do mesmo. O qual é referente à pedra fundamental do segmento judaico-cristão. Cuja história está expressa em Gênesis 28:10-22 – o “Sonho de Jacó”. E trata de uma viagem que Jacó fez de Bersabéia a Harã. Em que pernoitou na estrada. Usando uma pedra como “travesseiro”, a fim de dormir com algum conforto.
Doravante, no simbolismo deste trecho bíblico se encontra a finalidade da religião. Primeiro, por meio da utilização de uma tecnologia em favor da busca por uma melhor qualidade de vida. De uma ferramenta que, ao evitar um torcicolo, tornou a existência do protagonista da trama mais agradável e, consequentemente, longeva. E, em segundo, por meio do sonho – ou daquilo que se interpreta como tal – há a religação com o plano astral. Pois ele viu uma escada que ia do chão ao céu. Por onde várias entidades subiam e desciam.
Todavia, esse relato marcado por um viés ufológico é afamado como “Escada de Jacó”. Alterando o conceito convencional de abismo para a ideia de um espaço entre os espaços. Ou uma existência alternativa que separa o homem de Deus.
Sendo que Jacó encontrou Deus no topo da escada. E Este lhe prometeu a terra em que repousava como espólio.
Ademais, no dia seguinte, Jacó deu um fim à pedra. Ao erigir com ela uma estela. A qual ungiu com óleo e demarcou o local; batizando-o com o nome de Betel – que significa “Casa de Deus”.
Por fim, a pedra não possuía poder algum. Mas sim, o local. No qual havia um portal. Que, em viagem astral, Jacó cruzou. Visto que ele era detentor de uma mediunidade ímpar. E, por isso, pode acordar de uma realidade que se entende como um sonho lúcido para uma verdade adormecida no plano onírico.
Sem mais, outro ícone presente na capa do álbum é o Selo da Sociedade Alternativa. Que é a chave que abre um portal para o outro lado.
Mas qual é o procedimento que fará com que esse “vai e vem” não se transforme em um mero desperdício de tempo?
A resposta está no livro que Raul Seixas abraça. Que é o “Livro da Sagrada Magia de Abramelin, o Mago”. Um manual de magia que Abramelin passou a Abraham Ben Simão, seu discípulo. E que, como herança, o dito entregou a Lamek, seu filho caçula. Ademais, por uma via encoberta de lendas, ele foi traduzido do hebreu para o francês, no ano de 1458, em Veneza, na Itália. Depois, foi transliterado do francês para o inglês por MacGregor Mathers – quem assina o livro da foto –, em 1900.
O ritual de Abramelin é o meio por onde se alcança a Magia Sagrada. Que é parte da Cabala. Já que se utiliza de elementos de tal doutrina para realizar o que se denomina de “Grande Obra”. E que consiste em desenvolver o plano material.
Todavia, em termos, o rito é descrito na Bíblia. Em um trecho da “fábula de Cristo” que é nominado de “Tentações no Deserto”.
Um plágio que tem o propósito de dar um embasamento esotérico à trama.
Por isso, em Mateus 4:1 há a seguinte menção: “Em seguida, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Demônio”. Um trecho que trata do lado litúrgico do processo de iniciação. Que requer um afastamento do convívio social. Para que a desatenção com os assuntos mundanos não interfiram nos trâmites espirituais.
“Jejuou quarenta dias e quarenta noites” – é o que está em Mateus 4:2. E, infielmente, é referente ao período sinódico de seis meses; prazo em que se desenvolve o ritual.
Em Mateus 3:3-4 há: “O Tentador aproximou-se dele e lhe disse: ‘Se é o Filho de Deus, ordena que as pedras se tornem pães’. E Jesus respondeu: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’”. Assim, tocando na parte do texto que está relacionada à invocação de espíritos malignos. Os quais abominam qualquer submissão ao homem. Porém, para isso é que são invocados. Para perverter a autonomia do invocador. Que não cederá ao desbarate, a menos que o queira.
Ademais, em Mateus 4:5-7 consta: “O Demônio transportou-o à cidade santa, colocou-o no ponto mais alto do templo e disse-lhe: ‘Se você é o Filho de Deus, lança-te; pois está escrito: Ele deu a seus anjos ordens a seu respeito: proteger-te-ão com as mãos, para que não machuque o pé nalguma pedra’. E disse-lhe Jesus: ‘Também está escrito: Não tentará o Senhor seu Deus’”. Abordando a interação com o maligno. Ao qual se exalta a glória de Deus e, em virtude dela, o submete à sua vontade.
Então, em Mateus 4:8-10 há o seguinte relato: “O Demônio transportou-o, uma vez mais, a um monte muito alto e lhe mostrou todos os reinos do mundo, a sua glória e disse-lhe: ‘Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me adorar’. E Jesus respondeu-lhe: ‘Para trás, Satanás, pois está escrito: Adorará o Senhor seu Deus e só a Ele servirá’”. Sem mais, nessa passagem se coloca o maligno em seu lugar. A fim de que ele não atue como um agente da desinformação.
“Em seguida, o Demônio o deixou e os anjos aproximaram-se dele para servi-lo” – registrado está em Mateus 4:11. E fala do “Dia do Senhor”. Quando a fidelidade aos caminhos traçados por Deus leva ao êxito. Como prenda tendo o direito de ver os Santos Anjos. Dentre eles, o “Anjo da Guarda”. Que autoriza à prática da Magia Sagrada. E, junto, se valer de prodígios para executar a Grande Obra. Como curar enfermos, ler os pensamentos ou ressuscitar os defuntos.
O que justificaria o fato de Jesus caminhar sobre a água, transformá-la em vinho e fazer uma miríade de milagres.


Livro da Sagrada Magia de Abramelin, o Mago




A Pedra do Gênesis



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