Em Memória dos Heróis da Revolução Constitucionalista de 1932

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

DE JERUSALÉM A LONDRES – PARTE 4

O rito do “sangue real”, ou “Sangreal”, chegou ao Mediterrâneo sob a roupagem do “pão e o vinho”. Visto que, conforme trafegou por entre as culturas, moldado foi, em função das viabilidades de cada momento.
Todavia, a sua estrutura sempre esteve calcada no ato de imolar um Rei Sacrifical, extrair-lhe o coração e, com o sangue a escorrer do mesmo, encher um cálice. Do qual se serviam os componentes da tribo em que se realizava o evento. A fim de que contraíssem um elo consanguíneo com o sacrificado. E, fosse aberto um portal, para que ele renascesse entre os seus.
Do outro lado do Atlântico, paradoxalmente, tudo seguiu pela mesma senda.
Tanto que o programa “Globo Repórter”, da Rede Globo, apresentou uma reportagem sobre o “Ritual de Luto dos Ianomâmis”. Feita pelo jornalista Flávio Fachel, na cidade de Maturacá, no estado do Amazonas. Na qual se acompanhou o “Reahu” – a cerimônia dos mortos. Um ritual em que, inicialmente, alguns componentes da tribo inalam o “Paricá” – um pó alucinógeno. Que anestesia o sistema nervoso central e libera a mente do limite imposto pelo espectro sensorial convencional; favorecendo uma interação com o espírito de um recém-falecido. Enquanto o corpo do cujo é cremado. E, dentro de uma cabaça – chamada de “Rixi” –, suas cinzas são misturadas a um “Ripu” – um mingau de banana. Mingau que é consumido por todos os entes da aldeia. Assim, selando um pacto vibracional com o dito. A fim de que, como um mentor, ele seja solícito quanto à busca de uma bem-aventurança.

Reserva Ianomâmi, em Maturacá, no Amazonas
(foto de Adriana Paiva)



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